Eu botei aqui alguns comentários sobre o Kindle, meu mais novo gadget favorito da vida. Hoje me encontro no primeiro dilema pós-kindle: se compro um livro digital ou escolho a cópia natural, física. O livro em questão é Casa Nobre, do James Clavell – o autor de um dos melhores livros que já tive o prazer de ler: Shogun! (em português foi escrito Xógum: a gloriosa saga do Japão, meio tosco, mas esse livro comprova que NÃO se deve julgar um livro pela capa).
O problema de Casa Nobre é que atualmente ele está esgotado aqui no Brasil: só achei na Estante Virtual. Eu não tenho problemas com livros usados, já comprei vários – em fato, talvez meu livro favorito, TOP 1 mesmo, foi comprado num Sebo por R$ 5,00: O Caso dos Dez Negrinhos, da Agatha Christie, que hoje é chamado de E não sobrou nenhum (pra meu desgosto eterno). Voltando ao assunto, o caso é o seguinte: antes eu não tinha a opção do ebook, então ou teria de importar ou comprar no Sebo. Agora eu tenho. Como é que fica?
As opções são as seguintes:
- Comprar usado na Estante Virtual: a que mais me agrada, pra falar a verdade. A pena é que as edições já são velhas, coisa de 1987, o que interfere bastante no estado de conservação. Confio mais nos vendedores dali do que no Mercado Livre, mas mesmo assim…
- Comprar o livro importado: também é interessante, mas vou acabar tendo aquele problema de perder palavras, e não é algo que queria fazer nesse tipo de livro, que fala muito sobre a cultura do lugar.
- Comprar o ebook: sai mais barato que comprar no Brasil, mesmo comprando no sebo. E não tem tempo de frete.
- Pegar na locadora bit.torrent mais próxima: não sou moralista, mas sei lá… estranho.
Mais sobre o Ebook: na Amazon ele sai por US$ 8,57, o que deve sair por uns R$ 20; comparado ao importado dá uma diferença interessante quando se considera o frete. E não precisa esperar nada.
Mas o maior problema em comprar o ebook é esse: vou poder emprestar esse livro depois? Eu li esse artigo aqui do GizmodoBR que fala o seguinte:
Um pequeno grupo de livros é “emprestável”, por um período de 14 dias, para qualquer pessoa usando Kindle em qualquer aparelho. É responsabilidade das editoras autorizar, ou não, o empréstimo dos seus livros. (…) O processo do empréstimo é incrivelmente fácil: basta clicar no botão “Loan this book” (“Emprestar este livro”) e preencher o nome e email da pessoa para quem você quer emprestar, além de incluir um recado opcional. A outra pessoa terá 7 dias para aceitar o empréstimo e, depois disso, mais 14 dias para ler o livro antes que ele desapareça do aparelho, possivelmente em uma fumaça de e-ink preta.
Alguns livros possuem essa possibilidade, e como não diz nada na descrição do produto na Amazon, eu acho que não dá. Que merda. Não é como se fosse possível emprestar o Kindle de uma vez para a pessoa (falei que viciei nele). Daí eu vou ter que comprar e, meu irmão que quer ler também, vai ter que gastar em mais um? Que merda. Daí o barato sai caro, mais caro que o preço da versão em papel.
Então compra na Estante Virtual, você deve estar pensando (e eu também, diga-se de passagem). Mas, só tem uma coisinha. Casa Nobre tem 1478 páginas (até aí tudo bem, não é o primeiro tijolo da estante) e cerca de 1,6kg. Eu vou dizer que depois da praticidade do Kindle, ler um livro assim, principalmente antes de dormir, não me parece muito interessante… é tipo aquele “o que foi visto jamais será des-visto”; quando você se acostuma com algo é mais difícil de voltar a trás (faz um mês que leio exclusivamente no Kindle, 4 livros e contando).
Que merda, não? Eu quero ler no Kindle, mas também quero emprestar. E também quero mais um livro na estante… Se eu comprar o livro na Estante Virtual, será que eu não tenho uma espécie de direito de “alugar” no bit.torrent mais próximo?